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Os riscos e adaptações necessários para empresas diante da Reforma Tributária em 2026

Reforma Tributária 2026: riscos e adaptações para empresas

O que muda na prática e como se preparar desde já


“A reforma tributária promete simplificação, mas o período de transição exigirá rigor técnico, adaptação sistêmica e decisões estratégicas bem fundamentadas.”

A partir de 2026, o sistema tributário brasileiro inicia sua fase mais sensível: o período de transição estrutural da reforma tributária. Ainda que a CBS e o IBS não gerem recolhimento efetivo neste primeiro momento, sua implementação inaugura uma mudança operacional profunda para as empresas.

Na prática, as organizações passarão a conviver com dois modelos tributários simultâneos: o sistema atual (PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI) e o novo desenho tributário, exigindo atenção redobrada das áreas fiscal, contábil e tecnológica. Essa convivência híbrida impõe ajustes sistêmicos que serão determinantes para evitar inconsistências quando a cobrança real começar em 2027.

O que muda já em 2026

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Notas Fiscais

Obrigatoriedade de destaque da CBS (0,9%) e do IBS (0,1%), mesmo sem recolhimento

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Sistemas (ERP)

Atualizações de regras, campos fiscais e integrações governamentais

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Qualidade dos Dados

Dados de 2026 servirão como base para auditorias futuras

Um dos pilares dessa primeira etapa é a obrigatoriedade de destacar nas notas fiscais os valores referentes à CBS (0,9%) e ao IBS (0,1%). Esses percentuais são informativos, mas exigem que o sistema de faturamento esteja totalmente adaptado para calcular, exibir e registrar esses valores. Embora o governo tenha adiado a regra que rejeitaria automaticamente notas sem os campos preenchidos, a obrigação de informá-los permanece.

⚠️ Erros de parametrização em 2026 podem não gerar multas imediatas, mas comprometer fiscalizações, auditorias e o custo tributário futuro.

Esse cenário torna 2026 um ano de enorme relevância operacional. Os dados transmitidos no período serão utilizados pela administração tributária para ajustar o funcionamento do modelo, cruzar informações interestaduais, testar cadastros e validar a coerência das diferentes bases. A qualidade dos dados passa a ser uma atuação estratégica.

Linha do tempo da transição

2026 • Fase Teste

Início da convivência dos dois sistemas. CBS e IBS destacados nas notas, mas sem recolhimento efetivo.

2027 • CBS Efetiva

Início do recolhimento efetivo da CBS. Empresas começam a pagar o novo tributo federal.

2029-2032 • Migração Gradual

Transição progressiva para o IBS. Redução gradual de ICMS e ISS até a substituição completa.

2033 • Modelo Final

Novo sistema tributário totalmente implementado. CBS e IBS substituem completamente os tributos antigos.

Adaptação de Sistemas: o desafio técnico

O impacto mais pesado recai sobre os sistemas de gestão (ERPs). Eles terão de ser atualizados para comportar novos campos, regras de apuração e códigos que identificarão o tratamento tributário das operações no contexto da CBS e do IBS.

Checklist de Adaptações Sistêmicas


Revisar regras de negócio e cálculos tributários

Automatizar novos campos nas notas fiscais

Atualizar layouts de documentos fiscais

Testar integrações com plataformas governamentais

Revisar cadastro de produtos e serviços

Criar rotinas de reconciliação de dados

Essa adaptação não é trivial: exige envolvimento simultâneo de TI, fiscal e contabilidade, além de testes extensivos para evitar rejeições ou informações divergentes. A complexidade aumenta em empresas com múltiplas filiais, operações interestaduais ou cadeias logísticas complexas.

Gestão de dados e rastreabilidade

A boa gestão de dados ganha protagonismo absoluto. A rastreabilidade será elevada a um nível inédito, o que amplia a responsabilidade das empresas sobre a integridade de suas informações.

Isso implica revisar cadastros de produtos, mapear tratamentos tributários específicos, formalizar regras internas de classificação fiscal, executar baterias de testes e criar rotinas rigorosas de reconciliação entre nota fiscal, escrituração e declarações acessórias.

Em um ambiente em que cada ponto percentual será monitorado pelo governo, inconsistências deixam de ser meros “ruídos” e passam a ser fatores de risco financeiro e estratégico.

Aspectos estratégicos e contratuais

Do ponto de vista estratégico, também é essencial revisar contratos comerciais, margens e modelos de precificação. Mesmo sem recolhimento efetivo em 2026, as empresas devem aproveitar os dados do ano teste para simular cenários futuros:

📊 Simulações Necessárias

  • Impacto total da CBS em 2027
  • Migração gradual para IBS (2029-2032)
  • Efeito final do modelo em 2033

📝 Revisões Contratuais

  • Cláusulas de ajuste de preços
  • Previsão de repasse tributário
  • Proteção de margens em transição

Ajustes contratuais que prevejam revisão de preços em função das mudanças tributárias serão fundamentais para evitar perdas financeiras, especialmente em setores com margens apertadas ou cadeias logísticas complexas.

Principais riscos mapeados

Os riscos mapeados para a transição não devem ser subestimados:

⚠️ Erros de parametrização
Podem gerar divergências entre documentos fiscais e declarações acessórias
⚠️ Operações interestaduais
Podem apresentar inconsistências sensíveis no tratamento tributário
⚠️ Custos não mapeados
Podem emergir inesperadamente quando o recolhimento for efetivo
⚠️ Falhas operacionais
Podem aumentar o custo tributário de forma desnecessária e evitável

A reforma nasce com a promessa de simplificação, mas o período de transição traz exatamente o oposto: complexidade elevada e necessidade de rigor técnico. As empresas que se anteciparem e investirem em adaptação, qualidade de dados e planejamento estratégico estarão em posição privilegiada quando o modelo entrar em vigor de forma definitiva.

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